quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Jovens com armas dentro de quartel da Aeronáutica no Recife


Foto 5 de 6 - Uma das três jovens, Mércia Cristina Vieira da Silva se exibe com arma que, posteriormente, mataria a amiga Monique Valéria Mais Polícia Civil/Divulgação
A jovem estava com duas amigas, Monique de Freitas da Silva e Mércia Cristina Vieira da Silva, e com três soldados dentro de um dos quartos do Hotel de Trânsito, que é usado pelos oficiais quando estão em viagem, na noite do sábado (6). Os três militares envolvidos no incidente estão presos no quartel da Aeronáutica.
Nas imagens, as garotas se exibem ao posar para fotos com armas de uso restrito à Aeronáutica.
De acordo com a polícia, Monique de Freitas confirmou à mãe da vítima que teria disparado um tiro acidentalmente quando manuseava a arma de um dos soldados e atingido no rosto a amiga Monique Valéria. A jovem morreu na hora.
Segundo a polícia, uma das garotas contou que elas entraram escondidas, abaixadas no banco de trás do carro de um dos soldados, na base da Aeronáutica, a convite de um dos militares. Em depoimento, Monique de Freitas e Mércia Cristina relataram que passaram a noite consumido bebidas alcoólicas junto com os soldados e que, em determinado momento, as três jovens começaram a brincar com as armas. As jovens contaram que teriam sido avisadas de que as armas estavam sem munição.
“As jovens alegaram que o tiro ocorreu de forma acidental, que elas estariam manuseando uma pistola de um dos soldados, mas que não sabiam que a arma estava com munição”, disse o delegado responsável pelas investigações do caso, Igor Tenório Leite, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A família da vítima relatou à polícia que elas informaram que iriam se divertir num clube em Recife, mas no trajeto uma das amigas teria recebido uma ligação de um dos soldados, convidando-as para a base da Aeronáutica, onde ocorreu o incidente.
A perícia está realizando o exame balístico para apontar o calibre e analisar o projétil para saber qual foi a arma que efetuou o disparo e atingiu a jovem.
Os três militares ainda não confirmaram ou negaram a versão. Eles devem prestar depoimento somente na próxima sexta-feira (12).
O delegado informou que nesta quarta-feira estará ouvindo novamente as jovens e as famílias para colher mais informações sobre o ocorrido.
Os militares envolvidos e as garotas estão sendo investigados pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil de Pernambuco. O inquérito está apurando a conduta de cada envolvido no incidente e a caracterização de homicídio culposo. O delegado Igor Leite tem 30 dias para concluir os procedimentos.

Aeronáutica investiga acesso de jovens

Em nota, o Comando da Aeronáutica informou que os militares envolvidos no caso foram presos em flagrante pelos crimes de abandono de local de serviço, consumo de bebida alcoólica no quartel e a responsabilidade da posse das armas.
A Aeronáutica afirmou que abriu um inquérito policial para investigar a responsabilidade da entrada das jovens no quartel. O comando ressaltou ainda que não está investigando a morte da jovem, mas que “prestará todo o apoio necessário ao processo investigatório”.
A polícia informou que antes das jovens confirmarem que estavam no quartel quando Monique Valéria tinha sido baleada, elas relataram que a amiga tinha sido vítima de bala perdida.
De acordo com o delegado Igor Leite, no primeiro depoimento que Monique de Freitas e Mércia Cristina prestaram à polícia, ainda na madrugada do sábado (7), as jovens disseram que a amiga Monique Valéria teria sido baleada na rua por uma pessoa não identificada.
Mas a afirmação foi mudada no dia seguinte por uma das jovens, ao ser ouvida na delegacia de plantão. A jovem, que não foi identificada, relatou que ela e a amiga foram pressionadas pelos soldados da Aeronáutica envolvidos no incidente que contassem que a Monique Valéria tinha sido vítima de bala perdida, em uma rua próximo ao quartel.
“Elas disseram que pediram socorro na base da Aeronáutica e não sabiam de onde tinha ocorrido o disparo na via pública, mas no dia seguinte uma delas entrou em contradição”, disse Igor Tenório Leite.
O delegado afirmou que “a versão fantasiosa das garotas” teria sido desencontrada com indícios iniciais que foram confirmados no segundo depoimento. “Elas contaram detalhes que se chocaram com outras informações e terminaram confessando que os militares pressionaram para que elas os tirassem do caso”.

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