Terminou
na manhã desta segunda-feira(02) a greve dos trabalhadores nas usinas de Santo
Antônio e Jirau, no Rio Madeira, após diversas rodadas de negociações entre barraqueiros
e representantes dos consórcios construtores, intermediadas pelo Tribunal
Regional do Trabalho (TRT). Mesmo assim, 80 homens da Força Nacional de
Segurança e 200 policiais militares de Rondônia permanecem de prontidão para
evitar novos tumultos.
Em
assembléias gerais realizadas nos canteiros de obras das duas usinas no início
da manhã, os trabalhadores decidiram aceitar a proposta apresentada na noite da
última sexta-feira, de concessão de reajuste de 7% para quem recebe até R$ 1,5
mil e de 5% para quem tem salário acima desse valor. As empresas também se
comprometeram em repor até o próximo dia 10 o dinheiro descontado dos
grevistas.
O
TRT considerou a greve ilegal e abusiva, e havia determinado há mais de uma
semana a volta imediata dos grevistas ao trabalho. Também havia autorizado o desconto
dos dias não trabalhados e também a demissão de funcionários que participaram
da depredação de ônibus e de parte do alojamento e refeitório na Usina de Santo
Antônio. Também foi determinada a prisão de quem impedisse colegas de ter
acesso ao canteiro de obras.
O
governo de Rondônia disponibilizou 200 policiais militares, incluindo o Comando
de Operações Especiais (COE), grupo de elite da PM, para impedir novos
conflitos. Acontece que isso prejudicaria o policiamento em Porto Velho, por
isso também foi solicitado apoio da Força Nacional de Segurança para conter a
situação nas usinas. A Hidrelétrica de Santo Antônio está localizada a 8
quilômetros da cidade e a Jirau a 100 quilômetros.
No
final da última semana o governador em exercício, Airton Gurgacz (PDT), havia
solicitado apoio às Forças Armadas para garantir a segurança nas usinas. Isso
asseguraria acesso aos canteiros de obras de funcionários que não concordavam
com o movimento, mas eram impedidos de trabalhar por um grupo de grevistas. Os
conflitos ocorreram quando havia alguma tentativa de furar o bloqueio.
Segundo
nota do TRT, o Consórcio Santo Antônio alegou que havia risco de sabotagem à
geração de energia, que estava ocorrendo desde antes do início da greve. Também
foi especificado o risco da falta de controle da vazão dos vertedouros, porque
a elevação do nível do montante do reservatório geraria impacto imediato para
as populações abaixo do empreendimento, com o alagamento de residências e
desalojamento de milhares de famílias.